sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Black Cat Bone & Señor Araña, playing "Love in Vain"



In December 2007, a Brazilian blues band called Black Cat Bone lost the only job they had in town. One week latter, with no vanity and no money they just went to the streets and began to play the real Delta Mississippi Blues for the ordinary people who probably never heard it before in Brazil. At the end of the day, that's the Blues, isn't it? Listen to what he says: "Well, I followed her to the station with a suitcase in my hand. Well, its hard to tell, its hard to tell, but all true loves in vain. When the train come in the station I looked her in the eye. Well, I felt so sad and lonesome that I could not help but cry.
When the train left the station, it had two lights on behind. Well, the blue light was my baby and the red light was my mind. All my loves in vain".

11 comentários:

Filipe Trielli disse...

Cacete João! Vc tá tocando muito bem. Feeling de blues puro! E o que é esse gaitista? Parabéns pra galera. Mesmo com as dificuldades técnicas de som e imagem, fiquei sinceramente emocionado.

JP Charleaux disse...

Quem vê um comentário desses, solto, assim, não sabe de quem se trata. Conheci Filipe Trielli em Santos, na quarta série primária, num colégio-convento à moda antiga, onde estudei por três anos. Eu vinha da escola pública que atendia as famílias do BNH, o conjunto habitacional mais populoso e popular da cidade. Filipe era filho de músico, primo de músicos e, ele mesmo, já nessa idade, músico de reunir roda de ouvintes no pátio do colégio, do porteiro às meninas; as mais cobiçadas entre elas. Ali, descobrimos que tipo de gente éramos, os dois: algo precoces, incomumente espertos para o padrão da moçada (quase inteligentes) e apaixonados, num certo momento lá atrás, pela mesma garota, que viria a se casar com um terceiro, como muito normalmente acontece nestas ocasiões.

Eu sempre admirei o Filipe e ainda admiro. Sua última grande proeza foi fundar a própria produtora, chamada Panela, em São Paulo. A primeira, ainda lá em Santos, tinha sido fundar uma banda grande, que, se não me engano, se chamava ... Achei que pudesse lembrar do nome antes de terminar essa frase, mas não lembrei.

Pela primeira vez na vida eu via uma banda grande em ação, com guitarras, bateria, contra-baixo, cantores e backings. Até então, eu não tinha nem violão. Fiquei sonhando e me frustrando em entrar naquele troço. Uma das backings era a Mariana, musa de então. O cantor era um rapaz muito interessante que tinha roubado o coração de outra paixão pueril que tive naqueles idos, a Raquel Peralta. Acho que vem dessa época o apego ao Blues e essa mania de andar por caminhos paralelos de terra batida enquanto as coisas luxuosas se desenrolam em outros andares, inacessíveis pra mim.

O fato é que, algum tempo depois, acabamos, o Filipe e eu, inventando projetos musicais nossos, sempre esbarrando no Blues. Acho que a primeira vez que tocamos juntos foi na Associação dos Médicos de Santos. Encaramos um Before You Accuse Me, se não me engano.

Na minha vida religiosa conheci um baixista de missa de colégio, o Lucas Espósito, que hoje, dizem, toca na OSESP, a Sinfônica de São Paulo. O Filipe trouxe o primo dele, o Renato, melhor batera que eu vi na vida. Por fim, chegou o Teo Cancello, pianista apaixonado por jazz e Beatles, como todos nós. Naquele tempo, andávamos todos com não mais que 15 anos de idade e tínhamos compromissos na noite da cidade quase todos os finais de semana. Era uma banda de prodígios chamada Almanaque Soul (chegou a se chamar Kid Blues, quando ainda éramos tratados como atração circense pelos adultos. Acho que parecíamos uma banda de anões virtuosos).

Anos depois e muito tempo após nossa separação de mais de 1.100 km, vejo o comentário desse meu irmão aqui no blog. Para um simples bluseiro como eu, é uma honra. O homem, depois de tocar com os filhos do Jair Rodrigues, fazer trilhas para programas da Globo e outros afins, aterrisa em tão baixas terras para agraciar-me assim ...

Brigado, meu velho.
E aquele abraço.
joao

Mariana disse...

Será que um dia eu ainda consigo ser platéia dos meus dois músicos preferidos? A gente pode sonhar, não?

JP Charleaux disse...

Mariana Mello,

No "nosso tempo" (vixi) não era tão fácil como agora. Quando estiver em São Paulo prometo pedir ao Felipe que gravemos um single pra vc, lá no mega estúdio dele!

Com internet, blog, youtube e o escambau, não será difícil juntar Pindorama e os EUA num improviso qualquer.

Combinado?
Brigado pela visita e bj.
joao

Filipe Trielli disse...

Tirou as palavras da minha boca, seu João...

JP Charleaux disse...

Vai parecer CD de fim de carreira (de quem nem tem carreira!). Aquela coisa ... "depois de muitas voltas, resolvemos voltar ao estúdio, voltar às raízes, num projeto enxuto, sem o Almaque, sem os metais, as backings, o coro, sem os anões e a mulher barbada".

Abs
joao

Cauê disse...

Saudações Johnny Shines,
parece um blues de verdade.
Bom, é verdadeiro.

Bela interpretação do Sr. Aranha.

E aí, resistiu ao carnaval?
Agora podemos colocar nosso bloco na rua, no olho da rua.

Ficou muito massa esse banner (acho q é isso).

Essa é a melhor foto da Black Cat Bone.


Muito bom esses reencontros, do tempo em que tocavam Before You Accuse me, banda de anões virtuosos, Almanaque Soul...
Genial, da até em letra isso bicho. (rsrsrs)

JP Charleaux disse...

Fala, Cauê

Essa é a primeira vez em cinco anos que passo o Carnaval no Brasil. Serviu para confirmar que, em anos seguintes, quero voltar a fugir pra bem longe desse troço.

Falei com a Raquel, do Rayuela Bistrô, ontem. Ela me contou que há um debate meio estrutural por lá sobre como administrar o porão levando em conta o valor agregado (para a casa, é claro) do assédio dos "produtores". O Barqui parece que saiu fora, mas a casa é uma mina de ouro para profissionais que fazem o que ele faz. Bem, não pude deixar de dizer a ela que, para músicos como nós, esse negócio de produtor é um pesadelo (falo em meu nome, pelo menos). É a cara de Brasília esse troço de "agente", "gato", "atravessador". Só confirma minha vontade de tocar na rua.

Quem me ligou há pouco foi o Eduardo Garcês, que diz que a gravação do Sames pode ser em outro lugar se o Rayuela não topar. Ou não responder, como tem feito.

Dias 14 e 15, quinta e sexta da semana que vem, estarei em São Paulo. Vou dar uma olhada no microfone para o dobro.

O banner é legal, mas vc não aparece, né, mané? É provisório, portanto. Mas é muito bom, né? Coisa do Araña.

Aquele abraço
joao

Cauê disse...

Pois é, esses caras que matam. Nada contra, o problema é que não estão nem aí para a música, só querem saber do cascalho.
O pior é que as casas preferem.

Temos que falar com o Mr. Sames, daqui a pouco o Edu desiste.

Cara, tu não tem uma lata de biscoitos, daqueles que vem em uma lata redonda?

JP Charleaux disse...

Tenho, não, mas posso comprar. Você fica com a lata. Eu fico com os biscoitos Scooby.

O Paulo passou aqui no meu trampo. Está afim de tocar.

Nós vamos tocar com o Sames no sábado? Capaz que pinte uma viagem pra mim ...

Anônimo disse...

puxa vida, que som legal vcs fazem.. sou cantora e apaixonada por jazz e blues.. parabéns, quero vê-los algum dia! bjs