segunda-feira, 15 de junho de 2009

Falecimento de Sames Blues
Perdemos tudo

Sames Blues não está mais entre nós. Não pretendemos nunca mais atualizar este blog. Talvez, esse seja o único conjunto de registros disponível sobre um dos mais importantes músicos de Blues do Brasil. Embora nunca tenha sido gravado por um grande selo, Sames Blues levou a milhares de pessoas o verdadeiro Blues do Mississipi, região do sul dos EUA onde Sames viveu e aprendeu a tocar e cantar como poucos.

Não houve e, provavelmente, nunca haverá reconhecimento a altura da contribuição que Sames Blues deu para o desenvolvimento deste gênero musical em Brasília, onde tocou nas principais casas noturnas e teve a ousadia de - numa capital afetada pelas aparências - levar shows para as ruas, de graça.

Sua generosidade, bondade e sinceridade permanecerão como um exemplo eterno do verdadeiro significado de ser músico e tocar o verdadeiro Blues. Que Deus abençoe a ele e a todos os que lhe pagarão tributo pelo resto da vida; e depois dela também.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Fechamos as portas

Foi há uns quatro meses, quando os ventos sopraram em direções contrárias. Eu tive que empacotar minhas coisas e voltar a São Paulo depois de cinco anos vivendo em Brasília. Vim sozinho, primeiro. Dois meses depois, mulher, filho e violões chegaram com a mudança.

O Paulo Casamarela esteve aqui de visita, no Natal. Não trouxe nenhuma percussão. Não tocamos nada. Compramos discos velhos de vinil na Praça Benedito Calixto. Falamos da velha banda.

O Cauê Menezes me mandou de volta discos e alguns outros objetos emprestados. Também mandou dois emails, desde então. Tenho duas ou três músicas que gravamos juntos. Nas minhas primeiras semanas em São Paulo, tomava três ônibus para ir ao trabalho. Ia ouvindo nossos Blues no ipod.

Do Sames, nada. É como um espírito que se esvai, como fumaça. Baixão, nem isso. Araña e Maquena sumiram antes.

Só o Blues segue aqui por perto. Esse não parte nunca. Ainda mais numa cidade com tantas esquinas. Qualquer dia dobro uma delas e encontro alguém tão perdido quanto eu. Aí, procuro de novo um velho caixote, sento nele, arranho três acordes e deixo o Blues vazar seus lamentos novamente em praça pública, por um punhado de moedas. E algo mais. Sempre tem algo mais nisso tudo ...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Blues é quem manda

A última vez que postei foi para informar que eu não postaria mais. A decisão durou exatamente dez dias e caiu por terra porque essa coisa de se meter ou não se meter mais com o Blues pertence muito pouco ao músico e muito mais ao desconhecido, ao ignoto.

Na quarta-feira, aceitei o convite do Sames Blues e do Cauê Menezes para acompanhá-los no Fulô do Sertão, na 404 Norte. Além deles, estava um percussionista muito simpático, que anda com uma alva barba enorme de Papai Noel e de quem não sei o nome, mesmo tendo levado a figura até sua casa no Guará às 3 horas da manhã.

A disposição de tocar o Blues, todos sabem, é diretamente proporcional ao peso das mazelas que a gente arrasta. Acho que a saudade de São Paulo e a frustração dos meus planos me jogaram de volta ao Blues com força total esta semana. Munido de toda energia, fui ao Fulô carregando meu Fender Bassman, minha guita e o dobro, pela madrugada da capital. Valeu a pena. Foi uma das nossas melhores noites: simples, sincera, muito cool blues, very smooth, tudo super valvulado, dinâmico, maravilhoso. Quem é músico sabe do que estou falando. Pude tocar sem palheta quase a noite toda. Dava para ouvir todos os instrumentos, lindo timbre. Muito bom.

Eu ainda descansava da empreitada quando, de repente, me deparo com um presente entregue pela escritora gaúcha radicada em Brasília, Lisa Evaldt, uma doce e gentil senhora ou senhorita que desenterrou um vídeo incrível, com o Mojo Work tocado pelo Black Cat Bone em sua formação big band de rua, no CONIC, nos idos do nosso projeto Blues no Olho da Rua. Tivemos muita ousadia de fazer esse projeto tão pobre e tão divertido. Valeu a pena.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Músicos do Black Cat Bone reunidos novamente em Brasília


Sames Blues e Cauê Menezes convidam João Paulo Charleaux (ao fundo) e Baixão para reviverem juntos os melhores momentos do BCB.

Dois dos fundadores do Black Cat Bone, Sames Blues (violão e vocal) e Cauê Menezes (harmônicas) se apresentam hoje a partir das 20h, no Fulô do Sertão (404 Norte, tel 3201 0129), acompanhados por dois outros membros originários do mítico grupo de Blues Rural: Baixão (contra-baixo) e João Paulo Charleaux (DoBro).

O Black Cat Bone – único grupo de Blues Rural acústico a tocar em Brasília com repertório do início dos anos 1900 e instrumentos de época – está parado desde fevereiro de 2008. A apresentação será uma rara oportunidade para o público rever o núcleo da banda em ação na capital.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Renúncia de Fidel paralisa trabalhos da banda

A renúncia de Fidel Castro à presidência de Cuba, anunciada ontem em carta aberta no jornal Granma, obrigou o Black Cat Bone a paralisar momentaneamente seus trabalhos no Brasil.

O grupo entrou em período de meditação monacal sobre o futuro do Socialismo no Ocidente e suas implicações para as próximas gerações. Como é do conhecimento de todos, o BCB, quinteto de Blues Rural formado por cinco membros e aparições bissextas, havia declarado alinhamento com os preceitos revolucionários cubanos ao fundar o projeto Blues no Olho da Rua, que, baseado no modelo econômico chamado "jogue-uma-moeda-nessa-latinha-se-você-gostou-do-show-por-favor", baixou a remuneração média dos componentes para algo próximo do salário de um cidadão médio em Havana, só que em moedas. O tema será objeto de comentários da jornalista econômica Miriam Leitão, na próxima edição do Bom Dia Brasil, da TV Globo.

Esperamos que as deliberações que possam advir do seio do grupo tenham o poder de demover o Comandante de sua drástica decisão. Obrigado.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Blues e ... suco!

Sames Blues (voz e violão) e Cauê Menezes (harmônicas) são o que se poderia chamar de núcleo duro do Black Cat Bone. Nesta sexta-feira, às 19h, a dupla se apresenta no Dom Pappe (307 Sul) a partir das 21h. No sábado, o palco estará montado no Bendito Suco (413 Norte), às 19h. Volta e meia aparecem gatos perdidos do Black Cat Bone para dar canjas. Eu não me surpreenderia se isso acontecesse hoje e amanhã ...